Diálogos no (frio do) pampa
- Equipe Diálogos
- 15 de jun. de 2016
- 2 min de leitura
Um inverno rigoroso. Um vinho barato. Uma lareira acesa. Um violão. Dois amigos. - Cara... 1°C. Hoje o vinho e a lareira quase não são suficientes pra aquecer o corpo. - Verdade, che! Ainda bem que temos o violão pra aquecer a alma. -Concordo! Então coloca mais lenha no fogo e toca outra! -“Nós vamos prosseguir, companheiro, Medo não há, No rumo certo da estrada, Unidos vamos crescer e andar, Nós vamos repartir, companheiro, O campo e o mar, O pão da vida, meu braço, meu peito, Feito pra amar...” - Enquanto cantávamos, minha mente viajou aqui. Fiquei pensando nas pessoas que estão em situação de rua, sem a certeza de que irão se alimentar hoje, e muitas ainda sem agasalhos para suportar o rigor do inverno e o minuano que congela até o pensamento. - De fato a situação não é nem um pouco confortável. Quando se pensa no inverno como uma estação de roupas elegantes e comidas boas, se esquece de uma parcela da população que apenas existe e não possui condições de uma vida digna. - O inverno castiga. Veja o nosso país! Está vivendo um dos invernos mais rigorosos que já se viu na história, e, olha, não estou falando das condições climáticas, não... Enquanto poucos se aquecem às custas de um verão comprado ilegalmente com o dinheiro do povo, o povo clama por um agasalho doado... - E tem também o inverno do coração. - Inverno do coração? - Sim, esse é o inverno que está na moda, é tendência. As pessoas estão despejando discursos de ódio e intolerância por aí, estão com o coração frio. Cada um com sua razão e verdade absoluta, utilizam principalmente das redes sociais para ofender quem pensa diferente. -A situação não é difícil e triste apenas porque existem pessoas que passam frio, mas também porque existem pessoas que, aquecidas, deixam congelar a alma. - O que acalenta é a certeza de que o inverno não é pra sempre, e o desabrochar das flores está logo ali! Vamos de música! -“ Nós vamos semear, companheiro , No coração , Manhãs e frutos e sonhos , Pr'um dia acabar com esta escuridão , Nós vamos preparar, companheiro , Sem ilusão ,Um novo tempo, em que a paz e a fartura ,Brotem das mãos...”
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